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O pastor que tirava os sapatos para subir no altar

Eu era uma simples e inexpressiva adolescente de 14 anos de idade.

Na cidade onde morava a nossa Igreja Universal estava apenas nascendo. A cada dia que eu chegava à Igreja para assistir uma reunião, junto com minha mãe e minhas irmãs, um pouquinho dela ia se formando. E aquele lugar deixou de ser um núcleo e passou a ser uma Igreja com as portas abertas diariamente. Ela foi inaugurada crua, sem ter um altar. Só havia mesmo as paredes e os bancos. Mas era lá que eu me encontrava com Deus. Não havia forro, apenas um telhado de zinco. A Igreja ficava em uma rua de chão batido, não havia nenhum atrativo físico para os olhos, mas era lá naquele lugar que eu recebia algo grandioso, que não poderia receber em nenhum palácio da cidade.

A Igreja estava nascendo literalmente a cada dia, e eu tive o privilégio de fazer parte desse nascimento. Com muito esforço, todo o povo se juntou em um mutirão de fé para erguer o altar da nossa Igreja. O pastor e sua esposa vinham todos os dias de muito longe, pois lá naquela cidade não havia moradia, então seu sacrifício era ainda maior. A cada dia que passava ele nos fazia enxergar a importância daquele lugar e com sua dedicação e entrega abençoava o povo que chegava todos os dias sofrendo em busca de ajuda.

O povo era muito unido e em pouco tempo o pastor conseguiu juntar uma quantia para construir o altar que ainda não existia. Na verdade ele não existia fisicamente, mas espiritualmente ela já estava lá. A presença de Deus naquele lugar era muito forte, até hoje me lembro dos momentos que tive com Deus naquele lugar. Foi lá que nasci de Deus, foi lá que me entreguei de fato e de verdade, foi lá que o meu Senhor Jesus me salvou, eu amo aquele lugar.

Enfim começou a construção do altar. Em um belo dia quando eu e minha irmã chegamos à Igreja, o pastor nos pediu para acompanhá-lo até a madeireira da cidade. Fomos com ele caminhando uns quinze minutos até chegarmos lá. E na volta a gente pode ter o privilégio de ajudá-lo a carregar as madeiras que iriam levantar aquele altar, e não sabia eu, mas estava carregando ali a madeira do altar que alguns anos mais tarde eu iria servir a Deus. Ficamos felizes em poder ajudar, demos graças a Deus que naquele dia não havia nenhum homem para ajudar, senão teríamos ficado de fora. Mas o pastor sabia que podia contar com a gente e assim foi.

Em pouco tempo o altar foi erguido, com a ajuda de pessoas que talvez nem estejam mais vivas hoje, mas que contribuíram para eu estar aqui.

Portão, como é chamada a cidade onde encontrei o Senhor Jesus (ou melhor, Ele me encontrou), era um lugar simples, mas glorioso. Lá tive a minha base, o meu alicerce foi formado naquele lugar.

O altar havia ficado muito bonito, o pastor cuidou de cada detalhe pessoalmente. A cor das paredes, o verniz nas madeiras combinado com a cor do púlpito, as cadeiras no altar que ele comprou e trouxe dentro do trem, a toalha da mesa com rendas e enfim um lindo carpete vermelho de uns 10 mm que cobria todo o altar. Estava tudo perfeito, e com todo o cuidado e temor que o pastor tinha com aquele altar, todos nós aprendemos também a cuidar dele com muito amor e dedicação. E uma coisa que até hoje eu não consigo esquecer e está bem viva em minha memória é que mesmo estando muito frio e o pastor sendo carioca, ainda assim ele tirava os sapatos para subir no altar. Podia ser a reunião que fosse, lá estava os sapatos do pastor parados em baixo do altar, ele leu para nós a seguinte Palavra: “...tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa.” Êxodo 3:5. Aquele gesto me ensinou o temor a Deus e ao altar. E todos nós tínhamos a mesma atitude quando íamos subir ao altar, os sapatos eram deixados no chão. E isso se espalhou por todo o povo da Igreja, quando havia consagração de dizimistas, era um emaranhado de sapatos em frente ao altar. E nós os obreiros ajudávamos o povo a achar o seu calçado no meio de tantos.

Que boas lembranças me trazem aquela época. O tempo em que eu aprendi que o altar é o lugar do sacrifício, o lugar Santo, separado. E aqueles que estiverem com as suas vidas no altar estarão seguros, protegidos no abrigo de Deus. E é no altar que eu quero estar até o meu último fôlego de vida. E o perfume Universal que exalava naquele lugar é igual aquele que li esses dias no Blog do Bispo Macedo no artigo “O Perfume”. O cheiro da madeira, do óleo, do suco da uva e também do nardo, esse perfume não tem como evaporar, pois acompanha a todos que estão com suas vidas no altar.

Obrigado Senhor Jesus por poder Te servir ao lado do meu marido em Teu altar e obrigado por existir pastores que deixam tudo para pregarem a Tua Palavra por esse mundo a fora. Que o Senhor abençoe a cada dia mais esses homens e mulheres de fé que foi por meio desses servos do Senhor que minha alma foi salva e hoje estou aqui. A minha oração é que o Senhor possa levantar mais pastores Flávio e D. Barbára por esse mundo afora. Seremos sempre gratos.

Escrito por Cristiane Machado no Forte Por Opção
Exército Universal

 
 
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